
bordas borradas,
luzes que giram um vermelho sangue, que não escorre.
pupílas que confusas, dilatam tudo aquilo que ele nunca quis ver.
ao fundo, o ensurdecedor silêncio.
as sirenes de urgências internas.
só ele as ouve.
e, no relar das palpebras...
é sugado.
no pescoço, a pressão da realidade quase o impede de levantar a cabeça, ver.
mas vái. só vái.
o ar que falta, volta.
o ar que prendia, agora solta.
ouvido entende.
as mãos nortedas, agora sabem o que querem tocar.
as hastes dos teus olhos, levam consigo tudo o que lhe cegava.
espelho.
e, noutro relar das pálpebras...
tudo volta, fica, é, está normal.
sirenes, luzes, cores.
sua urgência.
resgatado à tempo, por ele,
o tempo.