21 de out. de 2013

Você Passa, Num Vejo Graça


Aconteceu, que eu tentei te amar. Mesmo depois do fim... E do fim do fim. E do deslize... E daquela bebedeira. E daquela última vez, escondidos. Tentei, com todas as forças, te amar. Tentei, sabe? Sofrer pra sempre. Viver o luto do "Nunca mais vou amar ninguém." Chorar com as músicas. Tentei até odiar aquela música, que sempre foi a minha... Mas depois de estampar, a sua pele-de-cara-de-pau, ela é muito sua também. 
Tentei te amar pra sempre... Sem muito pensar, tentei aceitar que eu te amava. Não te tinha. E te amava. E sofria. Com toda aquela urgência de você, que sempre te levava mais pra longe. Te amava com exagero. Comigo, desmazelo. Com o copo, sempre cheio. Com a mão, com os pés... Com os meus cabelos. 
Te amava, porque te amar era mais fácil, mesmo que muito difícil. Tentei amar teu conjunto de olhosbocacabelonarizsobrancelha, quando eu não lembrava mais... Como é que eram, todos juntos. Eu não sabia... Mas, eu já te esquecia. Tentei te amar, até minha última gotinha... Porque maior que meu medo de te perder, de perder o mais belo e exagerado sentimento que eu já havia construído por alguém, era meu medo de recomeçar. De seguir em frente. De apagar tudo, virar a página... E escrever, de novo, aquela história que... Nunca vou saber o final. 
Aconteceu: Te amei. Me esforcei. Tentei... Esgotei. Falhei. 
Aconteceu... Que mesmo regando esse amor doído, com a minha água de sal... Eu acordei na vida, e pasme! Eu estava viva. Ninguém morreu por tentar... 
Aconteceu, que era amor... E hoje não é mais. Te tenho como uma lembrança do que não ser, e não procurar. 
Aconteceu, que você passou... Como um sopro ou um arrepio ruim, você passou. 
Não plantou sorrisos, nem nostalgias. Apenas, passou. 
Aconteceu, que eu te amei. Te perdi pra vida. Me encontrei... 
Aconteceu, que eu tentei. Te amar e ser amada... Mas dessa vez, agradeço aos céus... Porque na tentativa do sofrimento eterno... Falhei.