acordar em dia frio,
olhos colados e calados,
vazios e transbordantes.
o silêncio grita em ouvidos calejados,
os toques soam como socos,
o estômago revira como arrepios até a espinha.
uma cama vazia apertada
lamenta uma ausência recente,
de um ontem, sempre presente.
concreto.
mãos que quase sentem o cheiro,
quase doce da amargura.
passos quase dados,
braços quase atados, dasatam a procurar.
sentir-me,
e só.
relógio parado
nostálgico
que insiste em tiquetaquear lembranças.
na boca, um gosto da música.
tua, que se desfaz minha.
sentidos que afloram de um labirinto
de noções e instituições
que, falídas e malfaladas,
nem sempre... falam.
orgulhos? temores destruidores.
destino vivendo por si só.
e o inevitável
antes inutilmente evitado.
surge.
e, antes tarde do que nunca...
medo.
2 comentários:
Quem tem uma percepção de ler textos e sentir o que as palavras passam, pode dizer com toda certeza que esse texto se resume em apenas: desilusão.
Medo do novo, medo do velho, medo do presente.. Sempre vão existir, e depende de nós passa por cima dele pra poder enxergar apenas o amanhã sem medo. Tá certo que o que passou passou, mas passados voltam e ainda sim causam medo. De qualquer forma, mesmo que agente canse de escutar..
Só depende da gente..
esilusão, de fato não é a palavra correta!
talvez trate do destino, do curso natural das coisas... que nem sempre podemos evitar... só enfrerntar. enfrentar o novo, dá medo.
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