hoje me alimento da minha poesia.
ela também me esvazia,
mas não me [im]põe um ponto final
29 de ago. de 2012
Escolhido
Mas aí, eu tenho escolhas. Sou grande. Sou moça. Sou crescida.
O choro dramático, pra tomar injeção... É um puro destempero de uma moça que cresceu, sem nem perceber.
Aquela ânsia está passando, e eu sei... Que dá sim, pra viver sem você. Eu não nasci quadrada, e já fiz isso umas vezes...
Não que seja feliz. Não que seja bom. Não que seja fácil.
Mas aí, eu tenho escolhas. Sou grande, moça crescida! Aí, que eu, escolho levar pra casa todo o pacote. Esse mesmo, que me dá dor na lombar de carregar. Esse pacote que vem com as minhas próprias gargalhada e choros... Meu sono incontrolável, meu suspiro idiota e minha noite em claro. Esse pacote. Mix da minha ansiedade, do meu choro descontrolado, das minhas unhas roídas... Com as borboletas no meu estômago e os solavancos do meu coração. Eu escolho tudo isso. Escolho continuar amando você, com cada defeitinho. Com cada palavrinha. Com cada preocupaçãozinha. Com cada errinho... Que, assumo: Só te trouxe pra mais perto.
Escolho ir com você. Escolho domar essa urgência de você... Só pra ter o direito (meu coração grita: E O DEVER), de escolher você. Poderia sim, viver sem você. Mas não. Escolho que não.
29 de mai. de 2012
Aí Vem Meu Sol
Eu descobri. Que com você, eu sou assim. Meu riso é tão feliz contigo, que eu estufo o peito... Pra ser brega, parafrasear os Tribalistas e dizer: Meu melhor amigo, é o meu amor. Esse sentimento, que eu aprendi a domar. E vivo dizendo isso por aí... Aos 16 ventos. E só você, que me conhece de orelha à dedinho... Sabe e tem certeza, que não. Eu descobri, que eu faço planos, projetos, à curto, médio e longo prazo... Mas porque é com você. Descobri que, segurança... É muito mais que colocar o cinto. Muito mais que andar do lado de dentro da calçada, ou colocar as duas mãos no volante... Quando todo o meu instinto, quer te segurar. Eu descobri, que sou uma criança mesmo... E gosto de sê-la, quando olho pro lado esquerdo... E lá está você, (com as duas mãos no volante), sorrindo com os olhos. E, ainda assim... Descobri que posso ser crescida. Menina grande! Que errou até acertar, até errar de novo. Mas que, aos trancos, anda aprendendo com isso. Notei que eu não faço a mínima idéia, de como você tem paciência comigo. Ás vezes, até eu me sufoco! Mas... Hoje consigo enxergar o lado, que observa: Se você ainda tá por aqui, isso deve valer. E vale. Vale muito! Percebi que o egoísmo de te querer só pra mim, não me levou pra lugar nenhum.
Eu não sei onde, por que, como ou quando foi... Mas sei que te ganhei. Te sinto cada vez mais comigo... E a cada, tchau num Domingo qualquer, te vejo sumir numa porta de vidro com a certeza: Dessa vez, eu tô acertando. Dessa vez, juntos, estamos caminhando.
E por mais louco e impossível (e até um pouco mentiroso) que possa parecer, eu tô respeitando o tempo.
Você me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por você. Com você. E pra você.
Com todos os abraços e beijinhos, que eu vou sempre roubar... Com a saudade que você vai sempre negar. Com as fotos... Com as histórias, que pouco a pouco... Eu vou te contar.
Te afirmo, com uma certeza que nunca tive antes: Posso viver sem você. Mas a minha vida, anda tão colorida... Seria um assassinato à arte, pintá-la de preto & branco, outra vez.
Se eu vim, e trouxe o Sol... Você veio, com uma pelheta ENORME de cores, e rabiscou tudo aquilo que eu tinha dado por encerrado, certo ou errado.
E pela primeira vez, como está, repito: Tá tudo bem.
12 de abr. de 2012
Deu a Louca na Maria
Essa mania, quase que um vício, de sorrir e acenar, pros sapos que as vidas e vidos me enfiam guela à à à (é, com eco assim!) baixo, vira e mexe dá errado. Vira e mexe, me dá um tilte. Já disse um ou outro por aí, que essa mania, quase que um vício, de ter uma boa memória, é sim... Uma prática nada saudável. Essa mania, de descarregar todas as culpas, culpados e consciências pesadas, pra riba dos meus ombros... Uma hora e outra também, esgota. Não me faz bem! Lata dágua na cabeça! Lá vai a dona Maria, roer azunhas... Pensar. Repensar. Trepensar. Penar! Ei que menina criativa! Ei que mulher enjoativa. Ei que falação nesse quarto... Onde estou, pra variar sozinha. E de cabo a rabo do meu mundo, que nada mais é, do que essas quatro paredes, que me apertam... Nada mais me resta. Assim, vencida pelo cansaço que me dei, me dou conta que, UFA! Já nasceu um novo dia. Levanta e se sacode! Hoje é dia... Lá vai, Maria!
1 de abr. de 2012
Abril, primeiro.
E eu odeio. Odeio! Com todas as forças que eu juro que tento fazer... Eu odeio. Odeio o fato de saber que não é só meu, aquele que adora mostrar pra todo mundo, o quanto eu sou guarda-baixa, e tua. Odeio as voltas que a minha cabeça dá, as inseguranças que eu criei. Odeio sua respiração funda. Seu suor excessivo. Seu desmazelo-lo. Odeio ser a única a lembrar de detalhes, odeio suas esquivas, odeio seus rodeios. Odeio me roer de saudade, odeio o meu exagero. Odeio sua boca, que tá sempre longe... E o fato de você estar sempre certo. Odeio ver você sumir numa porta de vidro, e o aperto que me dá as tardes de Domingo. Odeio não saber o que você sente, muito menos te desvendar. Odeio admitir... Mas antes de gostar de você: É gostoso te amar.
20 de mar. de 2012
Depois
Bato no peito, e digo que vivo do agora, do pra já... Mentira. Mentira, senhores!
Eu me apego, nos Depois, que a vida me impõe, e é assim. É assim que vai ser.
Traço os meus planos na minha linha do tempo, onde o começo, já é o futuro...
Nem tão distante assim, mas futuro.
A verdade, é que eu me estabaco de medo. Tenho medo desse branco que me dá, quando tá tudo bem...
O branco desse bloco, que é preenxido pelas palavras que nem sempre fazem sentido.
A verdade mesmo, é que eu morro de medo.
Abracei essa nossa causa. Por mim, e por você.
Como os naturalistas abraçam árvores grandes, antes do desmatamento.
A verdade, é que eu estou abraçada à essa nossa situação sem decisão, porquê na verdade...
Eu morro de medo.
Você me pega pela mão, e me leva tão pro alto, que agora tenho medo de altura.
Você me olha nos olhos, me enche com essa luz própria de astro rei, que agora tenho medo do escuro.
A verdade, é que eu sou cansada... E me congela o estômago, pensar em me cansar mais.
A verdade, é que eu não sei se aguento...
Ficar nessa, ou passar dessa.
A verdade, é que eu sinto cheiro de um futuro bom.
Mas, na verdade, eu não sei.
Não sei sair dessa zona de segurança, que eu mesmo criei, quando na verdade, eu não sei.
Me acostumei, quando o mais fácil era mandar tudo às tampas...
Fico aqui, paralisada, tentando achar um final, pra esse texto que confesso: Não lembro por que comecei.
Talvez eu procure um final feliz...
Mas na verdade mesmo, disso eu ainda não sei.
16 de mar. de 2012
Menima Mimada
É tudo, queridão uma questão de audição. Eu digo sim, você escuta sim. Eu quero pra agora. Dá pra ser?
Se não for assim... Vou lá, cato minhas coisas... E vou-me embora.
Bicuda. Chutando tudo. E ái da sombra, se ficar no meu caminho.
É tudo, queridão... Uma questão de sim ou não. Cabe a mim decidir, se você fica, ou não.
Uma questão de opinião. Eu dou a minha, e você acata... Sem precisar de empurrão.
É tudo, uma questão de previsão... Fui criada no dendê. Mais lisa que sabão. Preciso explicar porquê?!
E ái, de você... Queridão! Se me deixar de molho, eu derreto... Sumo, me espatifo.
Então, é uma questão de previsão.
Pode demorar, ou vai saber, quem sabe? Eu não...
Mas o fim é certo.
Já lhe adianto, em primeira mão.
Ei. Que sonho bobo... Não?!
22 de fev. de 2012
laço I
Meu lado. Já é meu lado... Nega, pra você ver.
Te bufo na cara, o ar de reprovação. Até você me tirar um sorrisinho de canto... Ah, gurizinho! Ná ná não! Já é meu lado.
Vai lá, pro seu esquerdo... Porque eu, tortinha assim, quero o meu direito.
Vai lá, pro seu dever... Que é, como um lego, se encaixar todo, no meu... Que nada mais espera, a não ser esse encaixe perfeito.
Então, vem cá. Pé com pé, joelhos, quadris, braço por baixo, meu por cima. Seu queixo na nuca. Ui. Não respira assim... Nariz no ouvido. E com pequenas balançadinhas, a gente vai se acalmando... Se encaixando.
Mas, tá calor. Mexe. Remexe. A essa altura, o lençol já tá desarrumado, você já pegou no sono... E eu ainda não encontrei a posição perfeita. Perna (curta) por cima, braço jogado. Meu deus, como é que você me aguenta? Meu deus, como é que consegue dormir comigo?
Eu que tento explorar todas as suas superfícies... Pra achar a melhor. Você tá respirando perto demais. Chega a esquentar a minha testa. Mas... É um quentinho gostoso.
Quê? Que barulho é esse?! Já estava na hora... Sabia que faltava alguma coisa... Esse ruído, que não sei se sái do nariz ou boca, ou dos dois... (estrategicamente direcionados ao meu ouvido)
Suspiro. Agora sim! Com esse ruído, que se fosse de qualquer outra pessoa, seria insuportável, quando seu, é canção de ninar. Que, pela repetição, me embala... Nesse nó, que só nós dois; Eu acordada, e você dormindo, sabemos dar. Esse nó, que ninguém entende, nem precisa entender. Esse nó gostoso... Que vem pra desfazer qualquer outro.
Esse nó, que fiz de laço. Porque eu repito: Nó aperta. Mas esse nosso laço... Enfeita!
2 de jan. de 2012
quem, eu?
Onde é que eu estou? Esse quarto sala, não me é familiar. Acordo tropeçando nos criados, quinas, sapatos. Meus sapatos! Procuro um feixe de luz, tic, tac! Um relógio... Um retrato. Meu retrato. Sinto algumas roupas no chão, e sinceramente não pensaria em vestí-las... Muito menos apanhá-las. Mas apanhei. Escolhi uma ou outra, que me deixe socialmente aceitável... 180°. Um espelho. Meu reflexo! Aos poucos, vou voltando pro meu corpo... Uma olhadinha rapida, minha cama, meus travesseiros, meus lençóis obviamente embolados... Parece comigo? Sou eu. Tudo meu. Eu. Que tanto me acostumei com outra, que procurava o que queria ser... Hoje, acordo, me olho... Respiro um ar quase frio, de uma manhã de quase começo:
Há quanto tempo eu sou essa daí? Há quanto tempo, vivo com os meus pés no chão, mas mesmo assim uso as minhas asas pra voar? Há quanto tempo, a minha prioridade sou eu, e não toda aquela lista com mil pessoas e coisas, que nem sempre mereciam estar lá? Há quanto tempo, minha voz tem sido mais baixa, minha risada (um pouco) menos escandalosa, e meus horários (quase) regrados? Há quanto tempo... As minhas certezas, começos, meios e fins, duram mais que a luz do dia?
Sem muito mérito, sem muita firula... Sem promessas pro (quem sabe) Happy New Year, em meus compactos um metro e um pouco mais que meio, hoje eu sei. A maturidade, aqui tardou... Mas não falhou. Chegou sem muito alarde.
Cansou-me somar pessoas, e perder o controle com tantos significantes, signos e significados... E ainda assim, não significar nada pra ninguém.
Hoje eu quero dividir. Minha equação, vai potencializar os números já existentes... Por mim, pra mim, e comigo.
Hoje, eu sou menina que se não aguenta... Vai sim beber leite. Que se sente sono, vai deitar e dormir. Que se não gostou, vai fazer cara feia... Hoje sou aquela, que começa a se apertar nesse corpo que às vezes não me cabe...
Hoje, sou menina que queria tanto voltar pros lençóis óbviamente embolados... Mas, pela primeira vez, não... Quase que sem titubear, Não volta.
Hoje, eu deixei a minha menina na cama, com os lençóis geladinhos e obviamente embolados, sonhando...
Hoje, eu carreguei comigo a mulher. Ainda não a conheço bem... Sei que ela não gosta de arrumar a cama...
Arrumar a cama? Ah... Aí, são outros quinhentos. Certo?
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